terça-feira, 15 de dezembro de 2020

BACURAU você entendeu mesmo o filme? Pensando Nisso choque de cultura bacurau

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 Um filme que consegue te cativar com seus personagens reais, sem os mesmos velhos atores consagrados, não que isso seja ruim, mas é necessário trazer novos protagonistas para o cinema, não as mesmas carinhas marcadas de sempre. O filme tem uma trama que te envolve e faz ficar curioso pra o que vai acontecer no decorrer do enredo. E isso é muito interessante pois não temos aquela certeza do que irá acontecer no fim do longa, somos tomados por alguns plot twists inesperados, mas sem muita enrolação o que na minha opinião é positivo.
Quando o caminhão pipa vai rumo a bacurau temos uma placa com uma msg peculiar que talvez num primeiro momento soe inofensiva, mas no decorrer do filme nos faz entender o por que do "SE FOR, VÁ NA PAZ", ou seja, não venha tumultuar nossa cidade pois não somos passarinho! somos pássaro brabo!
O roteiro do filme foi bem escrito, mas é difícil entender onde seus diretores se perderam na hora de apresentar seus personagens escolhidos. Pouco se soube sobre a enigmática Teresa, assim como Pacote, que deu a entender em alguns momentos, ser ex-integrante do bando de Lunga e que optou por desertar, culpando indiretamente a divulgação de vídeos seus agindo à serviço da quadrilha, nesse quesito os personagens ficam meio jogados, talvez seja por que bacurau tem que ser o protagonista da historia? Deixe sua opinião nos comendatários.
As cenas de nudes e sexo me pareceram desnecessárias para a historia, não agregam em nada para evoluir no filme.
Uma trilha que adorei e casou perfeitamente com o filme no geral é do grande Geraldo Vandré e a canção Réquiem para Matraga, que se você quiser que eu faça uma analise da letra pro canal é só deixar nos comentários. A voz dolorida e o toque sofrido casam perfeitamente com aquele ambiente árido do sertão, só de lembrar já dá arrepio.
Quando finalmente entendemos as intenções do grupo de americanos com o tal político local, bate aquela sensação de black mirror angustiante.
Apesar do diretor Kleber Mendonça filho afirmar que o filme não é um manifesto político, ele afirma que quis mostrar um nordeste real que ele conhece, mas entende perfeitamente a interpretação de muitos consumidores como uma película política.
abre aspas para o diretor "Queria fazer uma história de ação, aventura, mas que também tratasse de questões que são cíclicas, crônicas no Brasil. Ponho na tela, por exemplo, a separação invisível e histórica entre Sul e Sudeste, de um lado, e o Nordeste, de outro. A desigualdade está retratada lá, assim como o problema do abastecimento de água, o político corrupto, os supremacistas brancos, o caminhão que despeja livros no meio da rua, o descaso com a educação. E hoje é assim: quem defende o básico, educação gratuita e de qualidade para todos, como eu, acaba sendo chamado de “esquerdopata". fecha aspas
segundo o diretor o roteiro teve seu inicio em 2009, porem parece cada dia mais atual e fresco para as mazelas de um Brasil abandonado.
achei interessante os cortes utilizados pelo editor Eduardo Serrano em fusões, cortinas e fades para pontuar a transição entre sequências, que remete justamente a filmes de faroeste, star wars e samurais.
importante destacar a naturalidade com que a narrativa transita de um gênero a outro, de uma alegoria a outra de uma maneira que deveria resultar em uma bagunça ao telespectador, entretanto os diretores conseguem gerar uma estrutura coesa na qual elementos distintos se complementam perfeitamente, equilibrando-se entre John Carpenter e Glauber Rocha e uma pitadinha de Tarantino, entre o real e a ficção e entre o horror e a ficção-científica em pequena medida.
Apesar da negação de Mendonça filho, vejo algumas criticas bem explicitas por parte dos diretores, como por exemplo o casal de brasileiros do sudeste do Brasil achando que são melhores ou que são iguais aos gringos, me pareceu uma clara referencia sobre o Bolsonaro e a relação com Trump, creio que os diretores vão negar, mas me parece bem claro, diga sua opinião nos comentarios.
É impossível deixar de notar que entre os mortos do povo de bacurau estão uma Marielle, uma Marisa Leticia e um João Pedro Teixeira. Questionados se o nome da personagem era uma homenagem a Marielle Franco, os diretores Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles disseram que todos os nomes na lista são inspirados em pessoas reais.
Marisa Leticia foi esposa de Lula.
No caso de João Pedro Teixeira, a referência é ao destaque da militância agrária, no final dos anos 1950. O líder da Liga Camponesa de Sapé foi assassinado por policiais com tiros de fuzil, em abril de 1962, a mando de fazendeiros da Paraíba. Sua morte se tornou um símbolo da luta por terra e da criminalização dos movimentos populares durante o pré-golpe militar de 1964. O nome de João hoje consta no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria, que homenageia personalidades com destaque na história do Brasil. A vida e morte de Teixeira foram retratadas no documentário Cabra Marcado para Morrer, considerado a obra-prima do cineasta Eduardo Coutinho, que inclusive se você quiser saber mais sobre o mestre Coutinho tem um vídeo aqui no card.
tem um trecho que me fez dar aquela risada interna, pois apesar de ser colocado como um remedio, muitas pessoas já vivem naquela condição sem nenhum tipo de remedio, em certo ponto da trama, a personagem de Sônia Braga menciona como o Estado vem distribuindo para a população um “medicamento” tarja preta chamado de “Brasol IV”, segundo a personagem o tal remedio tem o efeito de atuar como anestésico, mas, na prática, acaba por mergulhar o povo numa postura de inércia. Claramente uma critica ao "Brasil IV" que talvez seja uma referencia aos periodos históricos do Brasil onde temos Colônia, império e Republica... a gora nesse futuro próximo onde é situado bacurau talvez seja um novo período. O mais curioso e engraçado desse trecho é que Sonia Braga fala que milhões de brasileiro tomam esse remedio gratuito e sem prescrição medica no formato supositório, ou seja, o Brasileiro desde a colonização até hj continua tomando no cu.
Sentimos orgulho de Bacurau, sentimos orgulho de ser brasileiros por causa de filmes como esse, e é extremamente importante abordar esses temas de xenofobia, afinal nossos ancestrais provavelmente vieram do nordeste, meu avó materno veio do Piaui, minha avó materna do Maranhão, meus avós paternos são de minas gerais e eu acho essa mistura belíssima! tenho muito orgulho do nosso povo trabalhador e guerreiro como na figura de linguagem de bacurau o pássaro brabo!
Bom, eu espero que vc tenha gostado da minha análise, se gostou deixa seu like, compartilha com seu amigo que não captou as referencias, não se esqueça de se inscrever no canal pra não perder novos vídeos e se quiser deixar alguma sugestão de filme, série ou música que você gostaria que eu analisa-se é só colocar nos comentários, muito obrigado pela sua audiência, tchau!



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